IV - Ir Viver para o camo - Teresinha

DIAGNÓSTICOS PARA TODOS OS GOSTOS

Têm-se mostrado evidentes as vantagens da retirada para o campo mas de vez em quando surgem uns pequenos senãos, e isto dependendo da perspectiva que quisermos adoptar.

A consulta do 1º ano calhou numa ida á capital e que coincidiu com o inicio da doença.

Médico de Lisboa: estava claramente em dia não e despachou em grande velocidade a Teresinha. Ai a vida na cidade penso para mim... Examinou-a e, com segurança, diagnosticou uma rino-faringite. Coincidente ou não, a minha filha está abaixo do percentil. Mmmm... Fico aliviada por obter um diagnostico de simples tratamento e que exclui antibióticos mas fico decepcionada por saber que a minha filha que come bem, sem birras e que respira o ar do campo está a baixo do peso ideal... Mandou-nos fazer exames.

A Teresinha estava a melhorar mas teve uma quebra. A febre voltou. O que fazer?Ainda não temos médico de família, o pediatra dela está em Lisboa e Tomar não tem pediatria. Resta-nos ir ao hospital de Torres Novas, coisa que não é propriamente ao virar da esquina...

Médico de Torres Novas: após calma examinação, sucintamente e sem grandes falas, a médica diagnosticou otite á esquerda. Receitou antibiótico, umas tralhas para o nariz e Ben-u-ron para a febre. Contrariados por ter de dar antibiótico, ao menos sabíamos o porquê do retrocesso. A caminho, ao olhar para a receita apercebo-me de que tem nome estrangeiro. Ah! Então foi por isso que não falou muito... De onde será? Será boa médica??? E porque não dá jeito nenhum fazer quilómetros para ir ao pediatra, conseguimos nessa mesma tarde uma consulta num pediatra em Tomar. Foi-nos recomendado por não passar remédios a torto e a direito – “mas atenção, já tem alguma idade e já não vê muito bem”.

Médico de Tomar: “Mas está aqui uma menina linda! Otite? Não vejo nenhuma e não vale a pena dar-lhe já antibiótico” e isto enquanto a D. Ângela, a assistente, entretinha a Teresinha, mostrava a Mini e o Mickey de plástico esmorecido pelos seus 20 anos de entretenimento no consultório. Calmamente, conversava com o médico sobre o rol de exames que a Teresinha supostamente teria de fazer, da vitamina D que apanha nos passeios solarengos, dos clínicos do SNS que não são pediatras mas que têm de fazer os bancos porque não há médicos suficientes... “Amanhã ligue para me pôr ao corrente da Teresinha, está bem?” Ouvir isto de um pediatra é um luxo. Só mesmo na província!

Berros ás três da manhã... Mas o que se passa? A febre estava a baixar... Na manhã seguinte reparo no ouvido esquerdo e estava sujo – ops, a otite tinha rebentado... Telefonemas para o pediatra de Lisboa para confirmar doses e antibióticos que Torres Novas tinha receitado. “Se a otite já rebentou não dê esse mas aquele antibiótico”... Liguei na mesma ao médico de Tomar. “Sr. Dr. A Teresinha tinha mesmo otite...” Antibiótico para a frente.

Tenho de confessar que a demanda pelos médicos não ficou por ali. Temos de ter alguém em quem possamos confiar, para não ter de ir a Lisboa ou a Torres Novas. Fui a outro médico em Tomar.. Baaaaaaahhhhh, Surpresa: otite nos dois ouvidos!

Já não quis saber e não me perguntem se já tenho solução para a próxima doença.

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